quinta-feira, 8 de novembro de 2012




Encontrei esse artigo muito interessante e compartilho com vocês.



Ações de combate à violência nas escolas

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O Ministério Público da Paraíba, o Estado e o Município de João Pessoa vão desenvolver ações conjuntas para combater a violência nas escolas. A iniciativa foi tomada durante audiência realizada recentemente pela Promotoria da Educação, na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, para discutir a segurança nas escolas da Capital, com a participação de representantes do Estado e da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP).
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A promotora da Educação, Fabiana Lobo, disse que será programada uma capacitação conjunta para debater a temática da segurança publica, envolvendo questões como bullying, violência nas escolas, alunos armados. Ela também destacou a necessidade de pequenas ações por parte das secretarias como o fardamento escolar. “À medida que disponibiliza fardamento para os alunos, pode-se exigir que os estudantes só entrem na escola fardado, impedindo que pessoas estranhas entrem”, explicou a promotora. Ela disse ainda que existe uma falta de orientação dos profissionais da educação quanto aos atos infracionais cometidos nas escolas. “É preciso que os atos infracionais sejam comunicados às autoridades competentes”, ressaltou.
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O procurador-geral de Justiça, Oswaldo Trigueiro do Valle, disse que o Ministério Público vai contribuir buscando saídas e soluções para o problema. O promotor do Cidadão, Valberto Lira, propôs a criação de conselhos de segurança nas escolas com acompanhamento psicológico. Já o promotor Guilherme Câmara disse que as escolas devem reforçar a vigilância sobre os alunos que são maltratados, oferecendo ajuda psicológica, para evitar futuros comportamentos agressivos. A promotora Soraya Escorel defendeu o uso de sistema de câmeras nas escola e propôs a união de todos os órgãos para combater a problemática.
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Ações desenvolvidas
A secretária executiva da Educação do Estado, Márcia Lucena, informou que está sendo desenvolvido um plano de combate à violência nas escolas. Ela disse ainda que serão realizados fóruns envolvendo todos os profissionais de educação nas 12 regionais de Ensino e, a partir daí, serão implantadas ações dentro das escolas.
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A assessoria jurídica da Secretaria de Educação da Capital, Sâmia Carvalho, registrou que as escolas municipais que apresentam maior índice de violência terão segurança armada privada. Ela disse também que está sendo criada a comissão permanente de combate à violência e destacou que algumas temáticas, como o bullying, já vêm sendo tratadas nas escolas municipais. O major Sobreira informou sobre as ações da Polícia Militar através do Programa de Erradicação das Drogas e da Patrulha Escolar, que faz rondas diárias nas escolas com maior índice de infrações cometidas.
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FONTE: http://www.maispb.com.br

Há uma crise de autoridade e legitimidade da escola, como ocorre também em relação à família e outras instituições
Robson Sávio Reis Souza*
Há um bombardeio de informações acerca de violência nas escolas toma conta do noticiário nos últimos tempos. Porém, a violência na escola não é um fenômeno novo. Há relatos desse fenômeno desde o século passado. Porém, ultimamente mudou a forma de manifestação da violência no âmbito escolar. As agressões agora são muito mais graves: homicídios, estupros e presença de armas no ambiente escolar. Os envolvidos são cada vez mais jovens e há relatos constantes do número de intrusões externas, como acertos de conta que se iniciam fora da escola. Há uma crise de autoridade e legitimidade da escola, como ocorre também em relação à família e outras instituições.

Para trabalhar as várias formas de manifestação da violência no ambiente escolar, Bernard Charlot, sociólogo francês, propõe algumas distinções. O termo violência, na escola se refere às violências que ocorrem dentro da instituição escolar mas não estão ligadas às suas atividades. São exemplos dessa violência, os roubos, invasões e acertos de contas por grupos rivais. Nesse caso, a escola é apenas um local onde a violência ocorre. A violência à escola é a violência ligada à natureza e às atividades da instituição educacional. Ela ocorre quando os alunos provocam incêndios e agridem os professores por exemplo, ou seja, a violência contra a instituição ou contra aquilo que ela representa. Por fim, há também a violência da escola, que é institucional e simbólica e se manifesta, por exemplo, na forma como a instituição escolar define os modos de composição das classes, as formas discricionárias de atribuição de notas pelos professores, etc.

É muito importante compreender que a violência está espraiada na sociabilidade moderna. Desde a violência intrafamiliar (característica da nossa sociedade patriarcal e machista), passando por várias modalidades de violências interpessoais (no trânsito, por exemplo) e aquela associada às drogas vivemos numa sociedade que naturaliza e banaliza as várias formas e manifestações da violência. Por que pensar que a escola estaria fora desse contexto? Aliás, passa a ser papel da escola tratar dessa sociabilidade violenta. Pois, fundamentalmente, a escola deveria formar cidadãos capazes de conviver com as diferenças.
A violência nos estabelecimentos escolares tem, muitas vezes, relação com desordens socioambientais. Quando se analisam as escolas com altos índices de violência, verifica-se uma situação de forte tensão. Os incidentes são produzidos nesse fundo de tensão social e escolar onde um pequeno conflito pode provocar uma explosão. As fontes de tensão podem estar ligadas às relações familiares e comunitárias. Por isso, é importante a articulação da escola e suas práticas de ensino com a sociedade em seu entorno.
Ademais, as queixas dos professores podem se transformar em discursos de vitimização. E como vítimas, os educadores se colocam num lugar de impotência frente aos problemas da violência e da aprendizagem de seus alunos. Não se trata aqui de minimizar ou negar os dilemas enfrentados pelos professores no cotidiano escolar. Eles são graves. Porém, é possível encontrar alternativas para a solução dos eventuais conflitos quando os profissionais da educação se colocam, também, como sujeitos responsáveis pelos processos educativos dos alunos e não meros transmissores de um conhecimento muitas vezes distante da realidade escolar na qual atuam.

Trabalhando de forma isolada, a escola não encontrará soluções possíveis e ainda correrá o risco de entrar num círculo vicioso de perpetuação de uma lógica criminalizante e repressiva. Os problemas da violência são complexos e nenhuma instituição sozinha poderá resolvê-los, sendo necessário um trabalho ampliado com outros segmentos sociais e governamentais. Num cenário de corresponsabilidade, deve-se analisar e enfrentar a violência como algo complexo e não apenas como um ato isolado, procurando descriminalizar os conflitos e trabalhá-los pedagogicamente.
O pior dos mundos, no entanto, é essa espetacularização da violência na escola, que serve somente para a implementação de respostas simplistas, ampliação do mercado privado da segurança, criminalização de segmentos infantojuvenis e o retorno ao velho discurso da repressão como lenitivo para o enfrentamento de um problema que demanda a responsabilização de todos os atores do processo educativo: pais, professores, diretores, comunidades, governos e especialistas.
*Robson Sávio Reis Souza
Filósofo, especialista em estudos de criminalidade e segurança
pública, sócio do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
http://eusr.wordpress.com/2011/10/03/escola-e-violencia/
Estou publicando algumas cartas e imagens que falam sobre a violência!!







Assédio Moral - Professores do Amazonas são vítimas de alunos, de pais de alunos e até de gestores



  Muito tem se falado a respeito do bullying nas escolas, sempre do ponto de vista dos alunos vítimas dessa prática.  Mas há  tempos os professores também sofrem no dia-a-dia das salas de aula toda sorte de violências, ameaças e assédio moral da parte de alunos, pais e até dos gestores das escolas. Acuados, eles quase sempre evitam denunciar a situação, tornando-se reféns da própria sorte.O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), apesar de não possuir dados oficiais, informa que um grande número de pedidos de transferências registrados pelas secretarias de Educação (tanto do Município quanto do Estado) são decorrentes desses casos de agressões.
  “O grande problema é que o professor que sofre agressão acaba ficando só. A direção da escola não quer se comprometer. Os próprios colegas professores não dão apoio temendo retaliações e quando ocorre a denúncia junto à secretaria o caso é tratado como um fato isolado, não é registrado porque não é do interesse dos órgãos que ele se torne uma  estatística”, denuncia um dos diretores do Sinteam, Marcos Libório. Professor de Educação Física, ele próprio foi vítima de ameaças feitas por um aluno numa escola da Zona Sul de Manaus, onde dava aulas.
  “Eu estava lotado numa escola no Educandos e dava aulas para alunos do EJA (Educação de Jovens e Adultos), quando  chamei a atenção de um aluno que havia chegado atrasado e não estava prestando atenção na aula. Apenas pedi que ele ficasse quieto e prestasse atenção”, relembrou. 
Segundo ele, a repreensão foi suficiente para que o estudante se sentisse ofendido e passasse a fazer ameaças expressas ao professor.
“Ele passou a dizer a todos na escola que iria acertar as contas comigo, demonstrando total desequilíbrio”, salientou. Marcos fez um boletim de ocorrência e registrou denúncia junto ao sindicato e à coordenação do Distrito de Educação, solicitando remoção da escola.
Ele orienta quem se sentir ameaçado a fazer o mesmo.
“Não estamos aqui querendo condenar os alunos nem deixar de reconhecer que tanto eles quanto nós somos vítimas de um sistema que não nos dá proteção”, avisa.
Segundo ele, situações comuns, como ter o pneu furado ou a lataria do carro arranhada, são levadas às secretarias e acabam sem culpados. “Fica no jogo de empurra até que o professor desiste.”
A diretora de Assuntos Educacionais do Sinteam, Eliana Maria Teixeira, afirma que a entidade está à disposição dos trabalhadores que se sentirem vítimas de situação de desrespeito e violência. “Não temos um levantamento, mas temos vários relatos, principalmente de professores de escolas situadas nas comunidades mais afastadas de Manaus, principalmente na zona rural”, observa.
Segundo ela, as denúncias podem ser formalizadas junto ao sindicato, que se encarrega de procurar a Secretaria de Educação para relatar o que ocorre. Este ano, a entidade vem realizando inspeções nas escolas da zona rural, para junto às negociações da data-base detectar casos de violência contra professores.
Pesquisa
  Ainda segundo Eliana, desde 1999, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação realiza uma pesquisa sobre a saúde do trabalhador e um retrato da escolas que, já se encontra em sua terceira edição. Os estudos revelaram que 39% dos alunos já haviam tido contato com armas, o que fatalmente leva a uma reação de insegurança da parte dos professores.
Outro dado revelado pela pesquisa é o que 29% já demonstravam a intenção de abandonar o magistério por conta da violência que ultrapassou os muros da escola, transformando-a num ambiente de trabalho sobrecarregado, impróprio.
"Não temos psicólogos, pedagogos e supervisores. Muitas vezes, a sala do pedagogo se transforma numa verdadeira delegacia de polícia. Por essa pesquisa se demonstra que o professor vive hoje acuado. Em Manaus, temos casos de colegas que sofreram ameaça de morte e precisaram mudar de escola para preservar sua vida. Nos bairros mais afastados, os professores convivem com traficantes e ladrões que, muitas das vezes, estão dentro das escolas ou têm filhos estudando nelas. Como trabalhar tranquilo?”, questiona.
Sem denúncias
  A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) possui um setor específico que funciona como uma espécie de ouvidoria e que, em tese, deveria funcionar de forma efetiva na solução de situações de risco vivenciadas tanto por professores quanto por alunos. O problema é que as denúncias não chegam até a Gerência de Monitoramento e Gestão Escolar.
De acordo com a assessoria de comunicação da Seduc, a incidência de casos é muito pequena e não chegam ao conhecimento da secretaria. No ano passado, houve apenas um caso que se pode citar como exemplo de pessoa que foi até a secretaria pedindo remoção por conta de um caso de ameaça sofrida em sala de aula.
Segundo a Seduc, a maioria das situações dessa natureza é resolvida no âmbito da própria escola, sem chegar ao ápice da transferência. De acordo com a assessoria, os casos em que os alunos são supostamente vítimas dos professores são mais comuns, como por exemplo a acusação feita há dois anos contra uma professora que teria jogado o apagador em um aluno.
A situação repercutiu nacionalmente, enquanto os casos em que os professores são vítimas não são divulgados nem denunciados. A Seduc orienta os professores a procuraram a Gerência sempre que se sentirem ameaçados, uma vez que o setor realiza sindicâncias e toma as providências necessárias.
Assédio moral
  De acordo com o Sinteam, a violência contra os professores não acontecem apenas por parte dos alunos. Outro problema grave é o do assédio moral sofrido dentro da escola, caracterizado pelo constrangimento e coerção cometidas, na maioria das vezes, pelos gestores das escolas. “Nesses casos, lembramos ao professor que cabe uma ação contra a pessoa, bastando que haja provas testemunhais ou documentais”, lembrou Marcos Libório.
Coação
  Reuniões em que os professores são chamados de incompetentes ou são coagidos a participar de atividades que não estão previstas dentro do plano pedagógico são situações que caracterizam o assédio moral e podem ser denunciadas pelos professores.
O Sinteam afirma que recebe denúncias e dá andamento a ações judiciais aos professores que se sentirem vítimas do problema.
A sede do Sinteam, está localizada na rua 10 de Julho, no Centro de Manaus. A entidade foi fundada em 1979. Nasceu como Associação Profissional dos Professores de Manaus - APPM, que se transformou em Sinpro, abrigando somente os professores universitários e da rede particular de ensino.

FONTE: portalapui.com.br
Muitas pessoas se preocupam com a violência praticadas pelos alunos com outros alunos, resolvi pesquisar alguns atos violentos praticados contra funcionários e professores nas escolas e o quanto eles estão necessitando de proteção.

Servente é pisoteada por estudantes-Ela teve os dois braços quebrados e ferimentos em um dos olhos

"Os alunos não respeitam professores, funcionários, diretores, ninguém", disse.

A Polícia Civil de Dracena, no Interior, começou a investigar nesta quarta-feira (4) o caso da servente Nair Silva Alves, 67 anos, que teve dois braços quebrados e ferimentos em um dos olhos ao ser pisoteada por estudantes de 5ª a 8ª séries da escola estadual Nove de Julho, uma das mais importantes da cidade.


 Nair foi "atropelada" pelos alunos, quando abriu o portão que dá acesso às salas de aulas. "Não vi quem foi. Só sei que alguns alunos me empurraram e cai de bruços; entrei em pânico e comecei a gritar por socorro", contou Nair. Ela disse que só teve coragem de ir à polícia registrar queixa nesta quarta. 
A servente, que disse temer retaliações dos alunos, acabou convencida pela filha Gessilene Alves de Abreu a formalizar a denúncia, mas mesmo assim, disse que as agressões podem ter ocorrido de forma "involuntária". O delegado Antônio Simonatto, que responde pela Delegacia da Mulher, disse que vai apurar um caso de lesões corporais envolvendo menores.
"Hoje mesmo os investigadores foram na escola para descobrir quem foram os responsáveis pelos ferimentos causados na vítima", disse Nair, que completa 30 anos de atividades no ensino público de São Paulo em 27 de julho, disse que "em todo este tempo eu nunca passei por situação semelhante". "Este é o momento de maior decepção da minha vida", contou. "Os alunos não respeitam professores, funcionários, diretores, ninguém", afirmou. Ela se disse abalada pela situação e que sua vontade era deixar a profissão. "Passei grande parte da minha vida cuidando de estudantes e não sabia que se este seria o meu presente. Minha vontade é largar tudo agora, mas tenho de completar o tempo da aposentadoria. Felizmente, falta pouco para isso", conta.
 A direção da escola não quis comentar o caso, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Educação enviou uma nota dizendo que a servente recebeu "um esbarrão" dos alunos, caiu e sofreu ferimentos.
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo


Violências nas Escolas
As percepções de alunos, pais e membros do corpo técnico-pedagógico de escolas públicas e privadas em 14 capitais brasileiras estão reunidas no livro "Violências nas escolas", o maior e mais completo estudo já feito sobre o assunto na América Latina.
A pesquisa foi desenvolvida nas áreas urbanas das capitais dos Estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo e em Brasília (DF).
Para a realização da pesquisa, adotou-se uma concepção abrangente de violência - daí o uso do termo no plural, violências - , incorporando não apenas a idéia de maus-tratos, uso de força ou intimidação, mas também as dimensões sócio-culturais e simbólicas do fenômeno.
Desse modo, no livro trata-se tanto da violência física, quanto da violência simbólica e da institucional. Por isso, há que se enfatizar que a violência na escola não pode ser vista como uma modalidade de violência juvenil.
O livro apresenta uma visão abrangente da literatura a respeito do tema, bem como analisa as percepções dos atores sociais que convivem nas escolas sobre:
  • As violências no ambiente interno e no entorno da escola (policiamento, gangue e tráfico de drogas, ambiente escolar, etc. );
  • O funcionamento e as relações sociais na escola (percepções sobre a escola, transgressões e punições, etc.) e;
  • As violências nas escolas: tipos de ocorrências (ameaças, brigas, violência sexual, uso de armas, furtos e roubos, outras violências etc.), praticantes e vítimas.
Chama a atenção que existe uma tendência à naturalização da percepção das violências nas escolas. Por exemplo, as brigas, os furtos e as agressões verbais são consideradas acontecimentos corriqueiros, sugerindo a banalização da violência e sua legitimização, como mecanismo de solução de conflitos.
O "Violências nas escolas" apresenta propostas de combate e prevenção baseadas nos dados coletados, além de fazer uma série de recomendações nas esferas do lazer (como a abertura das escolas nos finais de semana), da interação entre escola, família e comunidades, cuidar do estado físico e da limpeza dos estabelecimentos e valorizar os jovens, respeitando sua autonomia, entre outras.
Esta obra impressa se encontra esgotada na Representação da UNESCO no Brasil. Como a mesma foi largamente distribuída em variadas localidades brasileiras, para universidades federais, bibliotecas públicas e universitárias e várias entidades governamentais federais, estaduais e municipais, sugerimos que se dirija a alguma destas instituições para poder ter acesso a esta publicação. Mas a publicação se encontra disponível em pdf para donwload gratuito:
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/unesco-resources-in-brazil/studies-and-evaluations/violence/violence-in-schools/